quarta-feira, 2 de julho de 2008

Quer casar comigo?

Qualquer semelhança com histórias reais não é mera coincidência.


Casamento em empresa nem sempre dá certo... Ou era o que se sonhava.Todo dia era a mesma coisa. Ela, Marieta, sempre esperava o ENGENHEIRO chegar. “Ele é formado!”, era o que ela sempre contava para a mãe. Já sonhava com o casamento e a inveja das amigas. “A Marieta casou com um Engenheiro!”, diriam.

Naquela quarta-feira seria diferente. Ah, seria. Marieta estava decidida a falar com o moço-Engenheiro. Ele quase não a via, sempre dava apenas um “Bom dia” rápido quando passava pelo seu balcão. Marieta era a recepcionista da firma onde o casal desta história trabalhava.

Enquanto pensava na decoração de seu futuro casamento, Marieta encaminhava mais uma ligação para um dos diretores mal-humorados da empresa. O engenheiro ia tirar ela daquele lugar. Tinha certeza disso. Afinal, Engenheiro ganha bem, acreditava. E ele chegou. Seu marido, seu salvador, o herói de sua novela das 8 ia cruzar por ela. “Calma, Marieta, calma”, repetia num mantra descompassado.

- Bom dia – disse o moço.
- Bom dia... – respondeu Marieta.

Quando ele ia passar o crachá para abrir a porta que separava a recepção dos escritórios, Marieta falou alto:

- Bom dia, Seu Engenheiro.

Ele voltou até ela.

- Desculpe, você falou comigo?
- Sim – rindo um pouco como se fosse uma virgem de novela das 6 – Sim... Senhor Engenheiro...
- Engenheiro...? – ele perguntou.
- Sim... – um pouco sem graça – Ué...Você não é Engenheiro?
- Não... Nossa... Engenheiro... Por que você acha que eu sou Engenheiro?

Marieta viu seu castelo desmoronar. Afinal, não foi construído por um engenheiro.

- Ué... – repetindo pela segunda vez a palavra “Ué” – na sua camisa está escrito ENG.

O moço olha para o bolso de sua camisa e vê o bordado ENG.

- Não, não... – agora é a vez de ele rir – este bordado são minhas iniciais: Eduardo Nilson Goveia. Por isso ENG.

Marieta não ri mais.

- Eu sou CFO da empresa. - falando a palavra CFO cheia de inglês. Prazer – estendeu a mão – meu nome é Eduardo.

Ela deu a mão sem a menor vontade e fechou a cara. Jamais pensaria em casar com uma pessoa que faz um tal de CIEFÔ. A recepcionista não quis perguntar o que era CIEFÔ não por vergonha, mas porque realmente não interessava para ela. "Deve ganha mal, coitado", apostou. Marieta queria homem que lhe desse situação, como diria a finada Bebel da novela. “Jamais que eu vou dar bola pra gente CIEFÔ”, Marieta decretou em sua vida.

Na volta para casa, Marieta resolveu mentir para a mãe inventando que não gostou do beijo do Engenheiro. “Imagina, nunca vou contar pras minhas amigas que eu queria casar com um tal de CIEFÔ”, decidiu, passando em frente a uma construção sem nenhum engenheiro à vista e com muitos operários gritando “GOSTOSA”.

Mal sabia Marieta que o CIEFÔ / CFO era nada mais, nada menos que o Diretor Financeiro da empresa com salário de 5 digitos e bônus na casa de um milhão por ano. E sabe que ele até que tinha gostado da recepcionista?

2 comentários:

Anônimo disse...

Caraca! isso é verdade mesmo?

Anônimo disse...

hauhauahuahuahuahuahau!!!!
vou mandar pra mocada da engenharia pra eles tomrem cuidado com as garotas da recepção.