Antes que o pessoal bacana-chato atire pedras e espadas contra mim, leia o texto que vem a seguir.
Nunca havia lido Paulo Coelho e sempre fui da turma “Não li, não gostei”. Achava chocante como em várias viagens pelo mundo encontrava gente de todas as nacionalidades lendo livros e mais livros do moço de cavanhaque fora de moda. Também achava incrível como ele era amado-idolatrado quase como um santo. Exagerado demais para meu gosto.
OK. O tempo passou, e Fernando Morais resolveu escrever a biografia do franco-carioca-Coelho, intitulada de “O Mago”. Como não perco um livro do Fernando, fui, num primeiro momento, obrigado a ler a vida-obra-arte(?) do Paulo Coelho. E, por mais incrível que possa parecer, não foi nada difícil chegar ao final de suas cinco centenas de páginas. A vida do Coelhão é bem interessante, e sua vontade de ser escritor contagia. Com pai repressor e mãe dona-de-casa apagada, Paulo Coelho foi sempre podado na idéia de um dia viver de escrever livros. A mãe era taxativa: “Jorge Amado só existe um”. E o pai não acreditava na capacidade e no talento do filho. Melhor: não acreditava que o filho servisse para muita coisa. Tanto que o internou várias vezes num hospício no Rio de Janeiro. A biografia só não conta se o pai, a mãe e o espírito santo, amém, conheceram o sucesso do filho...
“O Mago” passa por todos os pontos da vida de Paulo Coelho sem qualquer censura. É interessante conhecer suas mentiras; passear pelos momentos quase vergonhosos na sua busca pelo “lado negro”; vivenciar a parceria com Raul Seixas; e descobrir o alto-executivo que ele foi na indústria da música. Melhor ainda é reconhecer a coragem e coerência que o moço teve ao largar a vida confortável – e o dinheiro muito confortável e certo – do mundo fonográfico e entrar de cara e coragem na realização de seu maior sonho: ser um escritor mundialmente conhecido. Um pouco arrogante, pode ser. Mas era o sonho dele. E quem pode dizer que Paulo Coelho não chegou lá?
Mas o que mais chama atenção na biografia foi o fato de Paulo Coelho ser reconhecido em quase todos os países como um dos principais nomes da escrita mundial. Em todos os países menos em um: o verde-amarelo Brasil. E o Brasil gosta do Brasil? Desde quando? A gente não gosta de quem daqui dá certo lá fora. A inveja faz com que todos encaremos o famoso internacional com olhos desconfiados. E isso acontece – e muito – com o Coelhão. Como pode o The New York Times colocar “O Alquimista” como um dos cem melhores livros da história, e nossa querida imprensa brazuca desdenhar de tudo e qualquer coisa que Paulo escreva? No mínimo, estranho.
Bem,... terminada a leitura da biografia, resolvi encarar o último lançamento de Paulo Coelho: “O Vencedor está só”. Em 3 dias, li um dos melhores romances de suspense que já chegaram às minhas mãos – e olha que já li muitos. O livro conta os bastidores do festival de Cannes, entra na ferida aberta que é o mundo das Celebridades e SuperCelebridades. E Paulo Coelho conhece muito bem esse universo. E é nesse cenário de euro/dólar, vaidade e fama que um charmoso e bilionário serial killer resolve atacar suas vítimas. E até a última página é impossível prever o que vai acontecer. Eu recomendo e muito o livro. Que, aliás, deveria virar filme (quem leu o livro entendeu a piada).
Agora, acabo de comprar “O Alquimista”. Vamos ver se continuo empolgado com o Coelhão. Espero que sim.
E aí? Baixou a espada e vai dar uma chance pro moço também?
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Beto Ribeiro, escritor, diretor, roteirista e produtor executivo de TV. Autor de Poder S/A e Eu Odeio Meu Chefe. Na TV, tem mais de 40 séries no ar: Série A3 (Amazon Prime Video), Filme B (Canal Brasil); Terra Brasil (Animal Planet/TV Cultura); Força de Elite e Muito Além do Medo (AMC); Prato do Dia (TLC); Investigação Criminal (AXN); Anatomia do Crime (Discovery).
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2 comentários:
Seu blog está ótimo, assim como todas as dicas. VocÊ está escrevendo cada vez melhor!!
A biografia do Paulo Coelho me fez ter vontade de ler todos os outros livros dele que eu, como outros brasileiros burros, deixaram de ler pela onda da crítica!
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