Em 1996, quando resolvi acreditar que funcionário bom era aquele que trabalhava das 7 da manhã até 10 da noite, procurava uma trilha sonora de acordo com o jovem trabalhador que eu era. Era um troca-troca de CDs no meu pequeno Ka (adquirido no ano de lançamento!) e não achava nada que traduzisse todo aquele meu empenho na empresa. Até que um dia, num evento besta de integração, perguntaram onde estaríamos todos nós, escravos-comunicadores, em 2010. Um Big-Bang interno explodiu e decidi que não sabia onde estaria, mas, com certeza, não seria ali, junto daquelas pessoas infelizes. Foi aí que percebi o quanto já estava me tornando um deles...
Entrei no carro e, supresa!, a trilha sonora que tanto ansiava apareceu na Jovem Pan. Era a estréia do novo sucesso do Paralamas do Sucesso: "Capitão de Indústria". Aquela música foi minha parceira pelos próximos dois anos até eu conseguir minha carta de alforria e me mandar daquela senzala.
Se você ainda está na fase workaholic, abaixo, a letra da música da sua vida. Porque da minha não é mais mesmo!
Música: Capitão de Indústria
Álbum: 9 Luas (1996)
(Paulo Sergio Valle - Marcos Valle)
Eu às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Eu acordo p'rá trabalhar
Eu durmo p'rá trabalhar
Eu corro p'rá trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça que
Passa
E polui o ar
Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
2 comentários:
nossa! que música triste!
Maria Bethânia
Que boa música para tratar em sala de Aula acerca de Qualidade(ou não) de Vida!
Valeu!
Professora Universitária
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